Confira a entrevista do médico Jaime Rocha, infectologista da Unimed Laboratório, sobre febre amarela

A possibilidade de reintrodução da febre amarela nas cidades é preocupante. Após os últimos registros do Ministério da Saúde, de 7 de fevereiro, que mostram 195 casos confirmados da doença no Brasil em 2017, sendo 69 mortes, especialistas temem que doença transmitida pelo Aedes aegypti chegue aos centros urbanos. “A febre amarela é geralmente adquirida quando uma pessoa não vacinada viaja para alguma área de risco. Uma vez infectada, a pessoa pode, ao retornar, servir como fonte de infecção para o Aedes aegypti, que então pode iniciar a transmissão da febre amarela em área urbana”, alerta o médico Jaime Rocha, infectologista da Unimed Laboratório.

>>> Confira a entrevista do médico Jaime Rocha, infectologista da Unimed Laboratório ao “”Bom dia, Paraná”, da RPC

O especialista explica que não existe um tipo de febre amarela “silvestre” e outro “urbana”. “A doença é uma só e as manifestações dela não dependem do local de transmissão, o que muda é o vetor. Nas regiões rurais e de mata, ela é transmitida por mosquitos de espécies diferentes, como o Haemagogus e o Sabethes, para macacos e, ocasionalmente, para humanos não vacinados. Em áreas urbanas o vetor é o mosquito Aedes aegypti. Mesmo não havendo o registro de casos nas áreas urbanas desde 1942, é preciso tomar cuidado. Durante o período no qual o vírus está presente no sangue, uma pessoa pode servir de fonte de infecção para o mosquito. Uma vez infectado o Aedes aegypti seria possível, então, a transmissão urbana da doença.”

A transmissão de pessoa para pessoa não existe. Os sintomas são febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina). Na identificação de alguns desses sintomas, a pessoa deve procurar um médico da unidade de saúde mais próxima e o informar se viajou nos últimos 15 dias, para áreas de matas ou beiras de rios em qualquer uma das áreas de risco.

“Esse risco pode ser significativamente reduzido com a vacinação”, alerta o Dr. Jaime Rocha. A vacina deve ser aplicada dez dias antes da viagem para as áreas de risco de transmissão da doença. A dose é gratuita e está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano. A vacina também está disponível nas salas de vacinação em portos, aeroportos e fronteiras. Para as pessoas que já foram vacinadas há mais de dez anos, basta tomar uma dose de reforço e seguir viagem, não sendo necessário esperar dez dias para garantir sua proteção.

A vacina contra a febre amarela pode ser aplicada a partir dos 9 meses de idade e é válida por 10 anos. Ela é contraindicada a gestantes, imunodeprimidos (pessoas com o sistema imunológico debilitado), idosos e pessoas alérgicas a gema de ovo.

O que é a febre amarela?

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus, que pode levar o indivíduo infectado à morte em cerca de uma semana se não for tratada rapidamente. De acordo com Ministério da Saúde, a doença é transmitida por mosquitos e é comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus.

Transmissão

O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de uma pessoa infectada para outra pessoa. A doença possui dois ciclos epidemiológicos distintos de transmissão: silvestre e urbano. Nos dois casos, o vírus transmitido é o mesmo, assim como os sintomas da doença.

Sintomas

Os sintomas iniciais incluem febre de início súbito, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, insuficiência de órgãos. Entre 20% e 50% das pessoas que desenvolvem a doença grave podem morrer. A febre amarela pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente.

Prevenção

A prevenção da doença nos centros urbanos deve ser feita evitando a disseminação do mosquito Aedes aegypti, que também é responsável por transmitir dengue, chikungunya e zika vírus. A única forma de evitar a doença é por meio da vacinação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que apenas uma dose da vacina já é suficiente para a proteção por toda a vida. No entanto, como medida adicional de proteção, o Brasil adota esquema de duas doses da vacina: uma aos noves meses de idade e um reforço aos quatro anos. Outras medidas preventivas são o uso de repelente de insetos, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo.

Quem deve ser vacinado?

Além das doses na primeira infância, o ministério recomenda a vacinação imediata para todas as pessoas que vivem em áreas rurais nas regiões com risco da doença e nas cidades que vivem surto de febre amarela. Quem nunca recebeu imunização contra a doença também deve procurar tomar a vacina.

 

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